Quando a Boca Comeu Izolda!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A figura - continuação

não comer a fruta pela boca,
comer pelos poros, olhos, nariz, rim, estômago, pulmão,
penetrar a coisa em todos os seus espaços e não entre seus micro-espaços,
tocar a coisa pela atração e não pela ação, e ao mesmo tempo ser, pela coisa, tocado,
toque que engole enquanto é engolido,
dente mordido enquanto morde,
desde a gengiva, os ossos e músculos da face, os olhos, a raiz do cabelo, a aura,
a sensação antes da ação,
desde o cheiro do pêlo sobre a pele até o odor do estômago que nem se fez presente à narina,
consumir sem ação e reação, mas duplação que é também alimento,
morder com os pés, cheirar com as mão, sorrir com os pêlos, cantar com os olhos, gritar com o silêncio dos dedos,

Sobre o Bacon

A figura e o figurativo.
A figura da sensação e o figurativo da representação.

Ponte para Antonin:
Corpo sem orgão, sem organismo, corpo da sensação na figura.

O que seria se o organismo que engole a comida fosse o mesmo que expelisse seus restos? Comer e defecar pela boca, o único orifício para as duas coisas? Uma coisa tenho certeza: A vaidade deixaria de existir, ou ao menos seria mais fétida e ninguém se orgulharia disso.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Escrita aleatória

E fez um tempo como se conta pirulitos gelados. Daqueles que adoçam a boca e deixam os dentes feito concreto, com sorriso de meia boca na meia entrada do espetáculo do ano. Mosquitos que não são moscas pairam sobre a tela e enxergam em tamanho grande aquilo que escrevo na fonte doze. Pra ver como as coisas parecem enormes quando nos enxergamos pequenos, como calçar os sapatos do tio ou da tia, quando, nesse caso, se leva um esticão na orelha que fica disforme pro resto da vida.
Como um conjunto de palavras soltas que a única coisa que me diz é que é necessário dormir pra não perder o sono em algum canto da casa e ter que ficar acordado pro resto da vida. Melhor acordado do que dormindo, mesmo que acordado eu esteja dormindo, no ponto do i onde a mosca deixa um resto de sombra e se confunde com o próprio texto de carne solta como dedo partido.
E há quem diga, que diga alguma coisa mesmo sem ter nada pra dizer. Pra ter no quadro negro numa frase com giz branco que riscado pelo negro já não sabe mais quem é! Ainda bem, porque se soubesse seria porque ja estaria ali, parado, sem mais nada pra contar, com tempo suficiente pra entender aquele que ali parou, e que nao vai mais adiante que o final da linha que me reserva.
Pra que serve tudo isso? Mas nem tudo serve pra alguma coisa! Pelo menos pra mim, visto que as moscas depositam suas larvas pra fazer apodrecer a carne que até pouco estava viva e se mexia e até falava, não só um idioma, mas três. Um para cada continente! Até um dialeto africano que riscado pelo giz branco que ja nao sabe mais quem é, afinal, agora, já não passa de um pedaço de carne que já nem é negra, nem é branca, nem é verde, mas está cheio de larvas da mosca que já não sabe mais que é, visto que não voa mais, porque a gravidade fez cair suas asas. E quem vai depositar, na mosca, a larva necessária pra fazer ela aporecer, talvez o negro de mão branca que escreve giz branco sobre o quadro negro no ponto que o deixa parado ali, antes de chegar ao fim da linha que lhe reserva. Afinal, a tendência é que tudo se torne pardo!

Insônias produtivas 1

Fabrica-se próteses de sorriso, ajustáveis para todos os tipos de Boca.

domingo, 11 de outubro de 2009

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A farinha de trigo!

O que pode propor a farinha de trigo?
Mão
sopro
Poeira
Fuça
Contração muscular
alimento e consumo
Conversas com Milie!

Bitucas de cigarros, taca de vinho, um copo de cachaça e um comprimido pra dormir.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

A busca por um nome

Não deveria ter deixando os títulos de minhas redações em branco. Agora preciso dar conta de mil idéias traduzidas numa única frase e reconheço que essa angústia me alimenta e me consome, talvez consuma mais do que alimente.
Um título mal escolhido é como um goso não consumado, daqueles que empalidece quando tá perto de explodir e você não acredita e permanece ali, insistindo pra alcançá-lo antes de pegar no sono e não ter mais força.
E a professora falava: É o poder da síntese. Mas pra que sintetizar se o que quero é botar minhas ideias no mundo? Agora só me resta lembrar as falas de minha tia: Tômala sacana!
Além de conseguir sintetizar é necessário ser criativo e sedutor. Essa coisa de pular etapas .. Era pra ser reticencias, mas pulei o primeiro ponto e comi um acento!
É! Acho que estou me consumindo onde O Lugar de Cada Coisa não abre espaço para O Homem Que Comeu o Proprio Nariz e acabou se transformando em Quando Izolda Comeu a Boca. Enfim, comilanças a parte, resta-me entender O Cardápio de Marilyn Manson.

(Angústias para escolha de um título - Gil)