Quando a Boca Comeu Izolda!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Escrita aleatória

E fez um tempo como se conta pirulitos gelados. Daqueles que adoçam a boca e deixam os dentes feito concreto, com sorriso de meia boca na meia entrada do espetáculo do ano. Mosquitos que não são moscas pairam sobre a tela e enxergam em tamanho grande aquilo que escrevo na fonte doze. Pra ver como as coisas parecem enormes quando nos enxergamos pequenos, como calçar os sapatos do tio ou da tia, quando, nesse caso, se leva um esticão na orelha que fica disforme pro resto da vida.
Como um conjunto de palavras soltas que a única coisa que me diz é que é necessário dormir pra não perder o sono em algum canto da casa e ter que ficar acordado pro resto da vida. Melhor acordado do que dormindo, mesmo que acordado eu esteja dormindo, no ponto do i onde a mosca deixa um resto de sombra e se confunde com o próprio texto de carne solta como dedo partido.
E há quem diga, que diga alguma coisa mesmo sem ter nada pra dizer. Pra ter no quadro negro numa frase com giz branco que riscado pelo negro já não sabe mais quem é! Ainda bem, porque se soubesse seria porque ja estaria ali, parado, sem mais nada pra contar, com tempo suficiente pra entender aquele que ali parou, e que nao vai mais adiante que o final da linha que me reserva.
Pra que serve tudo isso? Mas nem tudo serve pra alguma coisa! Pelo menos pra mim, visto que as moscas depositam suas larvas pra fazer apodrecer a carne que até pouco estava viva e se mexia e até falava, não só um idioma, mas três. Um para cada continente! Até um dialeto africano que riscado pelo giz branco que ja nao sabe mais quem é, afinal, agora, já não passa de um pedaço de carne que já nem é negra, nem é branca, nem é verde, mas está cheio de larvas da mosca que já não sabe mais que é, visto que não voa mais, porque a gravidade fez cair suas asas. E quem vai depositar, na mosca, a larva necessária pra fazer ela aporecer, talvez o negro de mão branca que escreve giz branco sobre o quadro negro no ponto que o deixa parado ali, antes de chegar ao fim da linha que lhe reserva. Afinal, a tendência é que tudo se torne pardo!

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